Quem Somos

Berggasse Viena, através das atividades conduzidas por seus membros efetivos, ao mesmo tempo em que possui um compromisso com o arcabouço teórico-conceitual e trabalho clínico consolidados por Sigmund Freud, igualmente busca preservar em suas práticas o espírito que animava os primeiros grupos de psicanalistas europeus.

Nestes predominavam mulheres e homens abertos à pluralidade de pensamento, à criatividade e sempre resistentes aos estereótipos culturais de seu tempo.

Membros Efetivos

Adriano Machado
Adriano Machado, Palmas/TO

Adriano Machado é psicanalista e ocupa a direção das atividades teórico-clínicas de Berggasse Viena. Natural de Porto Alegre-RS, durante seis anos realizou o percurso de seminários teórico-clínicos conduzidos pelo GTEP/Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, São Paulo-SP. Atualmente possui 19 anos de prática clínica. É Doutor pela Universidade Federal de Santa Maria-RS.

Eli Antônio Cury
Eli Cury, Goiânia/GO

Eli Antônio Cury é psicanalista com mais de 40 anos de prática clínica. Em seu percurso como psicanalista em Goiânia, fez parte da primeira turma de formação em psicanálise do GTEP-Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae-SP/ Instituto Dimensão.

Concluiu mestrado em psicologia clínica pela PUC-RS e Doutorado na área de psicanálise em Buenos Aires, pela Universidad del Salvador. É membro efetivo do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae-SP.

Meirilane Naves
Meirilane Naves, Brasília/DF

Meirilane Naves possui 24 anos de prática clínica. Em seu percurso como psicanalista, integrou os “Seminários de Psicanálise - Wilfried Bion”, coordenados por Carlos Viera, na Sociedade de Psicanálise de Brasília/SPBSB (2010-2014) e posteriormente se vinculou aos seminários teórico-clínicos sobre a obra de Bion com Liege Webber e Anie Sturmer, no Instituto Bion em Expansão. Anie é uma das principais referências do pensamento de Bion no Brasil.

Em sua carreira como psicanalista, dedica-se a clínica e supervisão em psicanálise fundamentada nas obras de Freud, Klein e Bion. Durante 6 anos trabalhou em dupla analítica com João Luiz Paradivini, da Universidade Federal de Uberlândia, na clínica de crianças autistas.

É Doutora em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília e durante 10 anos foi coordenadora e supervisora clínica em Intervenção em Crise/Psicanálise no Programa de Promoção da Saúde Integral do Universitário - PSIU/UnB.

Carolina Schumacher
Carolina Schumacher, Santa Maria/RS

Carolina Schumacher é psicanalista e possui atualmente 19 anos de prática clínica. Iniciou seu percurso pela psicanálise no Laboratório de estudos da clínica psicanalítica, sob a supervisão da psicanalista carioca Maria Luiza Furtado Kahl. Posteriormente ingressou nos seminários coordenados pelo antigo Núcleo Psicanalitico de Santa Maria-RS e é Membro Efetivo do Coletivo de Psicanálise de Santa Maria. Sua carreira como psicanalista se direcionou para a clínica de crianças e para o manejo de quadros de adoecimento de adultos e adolescentes. Há vários anos conduz a supervisão clínica de jovens analistas.

É Mestre em Psicologia da Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria.

Berggasse

Em dezembro de 1881 o Teatro Arena de Viena foi vítima de um incêndio de graves proporções, onde muitas vidas foram perdidas tragicamente. O imperador, após a catástrofe que abalou a então principal cidade europeia, ordenou que um expoente da arquitetura erguesse sobre as ruínas um prédio imponente e luxuoso, cujos apartamentos deveriam ser alugados para obter renda que sustentasse as crianças sobreviventes que se tornaram órfãs.

Berggasse 19, Viena, Áustria
Berggase 19, Viena, Áustria

Muitas pessoas relutavam em mudar-se para esse prédio e passaram a chama-lo de “Casa da Expiação”. Freud foi um dos primeiros inquilinos do prédio e o primeiro bebê da família também foi a primeira criança nascida ali.

Foi essa residência que Freud deixou como inquilino para tornar-se proprietário de um apartamento na rua Berggasse, número 19.

Muitos não compreenderam o porquê de Freud escolher uma rua modesta para fixar residência, enquanto existiam lugares mais valorizados e belos na cidade. A apagada Berggasse estava exatamente entre o final dos distritos onde se encontrava o proletariado judeu e, no outro extremo, nos arredores das clínicas da Universidade de Viena, a classe média alta vienense.

Jovens psicanalistas, como Bruno Bettelheim, entusiasmados com a psicanálise, optavam por passar pela Berggasse somente para olhar para a janela de um dos apartamentos do primeiro andar, e quem sabe encontrar o gênio que descobrira o inconsciente debruçado no parapeito a apreciar um de seus charutos.

“A escolha da localização dessa casa talvez refletisse a crença de Freud na insignificância relativa das aparências externas - sua percepção de que, por trás de uma superfície banal, podem se ocultar significados secretos muito mais importantes...” (Bettelheim, 1956, p.19).

“... a residência de Freud nesse prédio medíocre, respeitável, sem graça, talvez não se devesse apenas à sua convicção de que a verdadeira originalidade prescinde de enfeites - protegida de interferências indevidas quando oculta sob um lugar-comum - , mas também à sua convicção de que se quisermos entender um homem, devemos buscar o que existe sob a superfície” (Ibid., p.19-20).

Fonte: BETTELHEIM, Bruno. A Viena de Freud e outros ensaios [1956]. - Rio de Janeiro: Campus, 1991.